O Ano Em Que Disse Sim é o livro escrito pela Shonda Rhimes, a dona do horário nobre da televisão americana. Pode ser que esse nome não lhe soe familiar, mas você com certeza conhece ou já ouviu falar sobre o seu trabalho. Shonda é a escritora e produtora das séries: Grey’s Anatomy, Scandal, How To Get Away With Murder e Private Practice. Ela também é dona da empresa Shondaland, que recentemente fechou um contrato milionário com a Netflix para o streaming de suas séries. Imagina o poder dessa mulher, né?

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Apesar de todo o seu sucesso, em um certo ponto de sua vida, a Shonda percebeu que era uma pessoa extremamente tímida, insegura e até um pouco medrosa quando o assunto era enfrentar o novo. Foi assim que, quando ela se deu conta do que estava fazendo consigo própria, ela resolveu se desafiar a dizer sim para as oportunidades que apareciam no seu caminho e ela nunca teve coragem de aceitar.

O que eu achei? Eu amei. Acho que esse livro é um convite à reflexão. Não quero entregar a história, mas todos os assuntos tratados na narrativa são situações que poderiam acontecer comigo, você, sua vizinha ou sua irmã.

Não me orgulho nem um pouco em dizer isso, mas eu não lia algo que não fosse sobre economia, política ou estatística há muito tempo. Muito tempo mesmo. E como uma devoradora voraz de histórias desde pequena, começar a ler “O Ano Em Que Disse Sim” foi como me reencontrar nesse mundo criativo que tanto amo. A sensação é que você está ouvindo a história de uma pessoa, sabe? A narrativa se parece tanto com uma conversa que em certos momentos isso até chegou a me incomodar um pouco – confesso que esse não é meu estilo de escrita preferido. Mas essa é uma história extremamente inspiradora e que me fez querer sair da inércia.

Se bem que… É isso. Esse livro não é apenas um convite à reflexão, ele é também um convite a sairmos da inércia.

Há o debate sincero sobre equilibrar carreira, casa e maternidade. Sobre amar o seu trabalho e dar sangue, suor e lágrimas para ser o que você bem entender. Sobre lutar por um mundo em que todos possam se identificar com a mídia e ter coragem de impor o que você acredita. Sobre cuidar de si mesmo e amar os seus “defeitos”. Sobre criar tempo para se deixar perder e o mais importante, ser o seu próprio Sol.

Esse é o único spoiler que vou te dar do livro (é um spoiler bem leve!), mas o primeiro grande sim do ano da Shonda foi para realizar um discurso na formatura de Dartmouth, a universidade em que ela se formou.

Já contei algumas vezes por aqui que eu me formei há menos de um ano, não é? E se tem uma coisa que aprendi de lá para cá é que as pessoas adoram contar histórias sobre o início da carreira perfeita. A maioria são bobagens, na minha humilde opinião – é tudo muito fantasiado. Esse discurso da Shonda foi uma das poucas coisas que li e que realmente soou como a vida real. Ele fala sobre colocar a mão na massa, fazer acontecer, passar perrengues e se descobrir. E não é isso que acontece? Até ao tratar a questão dos nossos sonhos ela conseguiu abordar o assunto com o pé no chão.

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When people give these kinds of speeches, they usually tell you all kinds of wise and heartfelt things. (…) They tell you: Follow your dreams. Listen to your spirit. Change the world. Make your mark. Find your inner voice and make it sing. Embrace failure. Dream. Dream and dream big. (…) I think that’s crap.

I think a lot of people dream. And while they are busy dreaming, the really happy people, the really successful people, the really interesting, engaged, powerful people, are busy doing.

The dreamers. They stare at the sky and they make plans and they hope and they talk about it endlessly. And they start a lot of sentences with “I want to be …” or “I wish.”

And they dream of it. The buttoned-up ones meet for cocktails and they brag about their dreams, and the hippie ones have vision boards and they meditate about their dreams. (…) You’re talking about it, and you’re planning it. Kind of. You are blue-skying your life. And that is what everyone says you should be doing. Right? I mean, that’s what Oprah and Bill Gates did to get successful, right? No. (…)

Dreams are lovely. But they are just dreams. Fleeting, ephemeral, pretty. But dreams do not come true just because you dream them. It’s hard work that makes things happen. It’s hard work that creates change.

Discurso na íntegra

Mesmo que você não leia “O Ano Em Que Disse Sim” (o que eu sugiro que você o faça!), vale a pena assistir a palestra que a Shonda fez no TED contando um pedacinho dessa experiência. Um empurrão para sairmos da zona de conforto, nunca é demais. 😉

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